O chato do português
Não, este post não tem nada a ver com os amigos de além mar. Estou falando de ser uma pessoa chata com a língua portuguesa. E eu sou. Mas eu erro, erro bastante. Mas mesmo errando bastante, tento me policiar ao máximo para cometer a mínima quantidade de erros possível e, claro, quando identificar os erros ou alguém os apontar, aproveito para aprender algo novo. E isso é excelente!
O princípio básico de qualquer conversa é compreender e ser compreendido, ou seja, se você está se comunicando com alguém, você PRECISA entender o que a outra pessoa está dizendo e, claro, precisa também ser entendido para que a comunicação flua sem muitos problemas.
E o que isso tem a ver com o português? Simples! Português é a língua que nós, brasileiros, falamos nativamente. Falar e escrever um português claro é o básico que podemos fazer para que sejamos bem compreendidos em qualquer lugar, inclusive no ambiente virtual, também conhecido como Facebook, Twitter e demais serviços de comunicação online.
Eu vejo alguns posts do Facebook onde é preciso ler duas ou três vezes para que se extraia o mínimo de informação útil. Se o texto for grande então, melhor desistir.
As pessoas perderam completamente a noção do uso de vírgulas, acentuação e pontuação em geral. Fala a verdade, quantas vezes você já não leu por aí alguém intencionado a fazer uma pergunta mas terminando a frase com uma exclamação ou vice-versa? Nos grupos de compra e venda do Facebook é comum encontrar pessoas que escrevem algo como “Preciso comprar um carro?”. A vontade que eu tenho é de responder com “Não sei. Precisa?”. Na verdade, eu já fiz isso… mas, acreditem, entramos em um looping até que fui sumariamente esculhambado por, presumidamente, querer dar aula de português em um ambiente anárquico como as interwebs.
Sim, eu sei que na Internet muita coisa pode ser deixada de lado e, inclusive, novas “regras” podem ser criadas. Isso é tranquilo e, inclusive, várias vezes já escrevi “naum” ou “nao” para “não” e várias outras formas de escritas que, definitivamente, não interferem tanto no entendimento da sentença quanto trocar uma exclamação por uma interrogação. Escrever açim, por exemplo, chega a ser agressivo. Isso quando o coitado do “ç” não está no início de uma palavra. Acredite, o texto abaixo foi retirado de um grupo do Facebook onde, definitivamente, a zoeira não está presente:
Quem pode mim ajudar . Eu montei um (…) e não to conçeguino mandar o código (…) o código ta çerto e ta dando erro . Oq pode ser . Serra q e as blibioteca?
Por motivos óbvios o nome do autor deste assassinato será devidamente ocultado. Também excluí alguns pedaços do texto pra não ficar tão na cara assim de onde tirei essa pérola.
Em outra situação, onde foi indagado sobre a localização de um imóvel, a reencarnação de Machado de Assis escreveu que o tal imóvel fica “em costado no europorto de avião”.
Voltando ao tema do post, se você escreve errado, quem lê, terá dificuldades para entender ou sequer entenderá. Você pode até não perceber a gravidade disso em um primeiro momento, mas supomos que você seja um profissional que, por algum motivo, tenha que se comunicar com o seu cliente via aplicativo de mensagens ou até mesmo pelo chat de Facebook. Você explica uma coisa para o cliente, ele entende outra e, no fim das contas, o projeto que deveria sair de uma forma, sairá de outra porque você simplesmente não conseguiu se comunicar com o cliente. Alguém vai sair no prejuízo mas, poderia muito bem não ter prejuízo algum.
Se você não for um empreendedor e for trabalhar para alguma empresa, imagine que situação, no mínimo, constrangedora caso você tenha que anotar um recado ou fazer um relatório de atividades e, quando o seu chefe for ler, se deparar com dezenas de erros grotescos de português? Sei que o argumento da maioria é “Ah, mas quando eu vou fazer um documento ou algo mais sério, eu escrevo certo”. Bom, se você consegue fazer essa distinção e ter um bom português, parabéns pra você. Mas no geral, o que vemos em redações na escola, currículos enviados para empresas e toda a sorte de documentos, é o internetês se repetindo com toda a pompa e circunstância, sem o menor constrangimento.
Sendo assim, vamos fazer um trato? Vamos começar a escrever certinho em todos os lugares? Obviamente não precisa ser aquele português completamente formal nem nada assim, basta escrever corretamente o português coloquial mesmo. É fácil, prometo!
Em tempo, caso você encontre erros de português aqui, sinta-se à vontade para me corrigir utilizando a caixa de comentários. Não irei apagar nenhum comentário e ficarei eternamente grato a quem me ajudar com as regras de português 😉