Tá tudo muito fácil no mundo dos games

Sim, até ele consegue zerar um jogo hoje em dia
É isso mesmo que você viu no título, tá tudo muito fácil no mundo dos games hoje em dia. O “muito fácil” a que me refiro é que para zerar um jogo hoje em dia não é preciso mais ralar de verdade, desvendar mistérios esdrúxulos ou nada do tipo, basta ter um pouco de paciência e tempo livre.
Sei que serei duramente criticado por causa desse post mas essa é a minha opinião de verdade.
Você quer zerar um jogo hoje em dia desses vídeo games mais novos? É só ter paciência e ir tentando até conseguir passar por aquela fase difícil… não precisa nem se esforçar pois agora os “continues” são infinitos. Basta você salvar o jogo como se fosse um “snapshot” de um emulador qualquer que você volta praticamente dali, de onde terminou.
Talvez seja esse o “algo especial” que falta nos vídeo games hoje em dia e que a indústria corre atrás desesperadamente e enquanto não acham o caminho, vão enfiando gráficos cinematográficos nos jogos como se isso fosse trazer um jogo para o mais próximo da realidade.

Zera esse sem fazer snapshots?
Já que serei xingado mesmo por esse post, vamos à uma comparação absurda: Pegue o jogo Kid Chameleon do MegaDrive, sim esse da imagem aí ao lado. Esse sem sombra de dúvidas foi o jogo mais difícil que já peguei em toda a minha vida de gamer. Não era impossível zera-lo mas era absurdamente difícil pelo seguinte motivo: O jogo possui 103 fases. Sim, são 103 fases que vão ficando cada vez mais difíceis (algumas, absurdamente difíceis) e os continues são limitados e, para ter mais continues, você vai precisar encontra-los durante o jogo, assim como as vidas que o personagem tem. Pra vocês terem uma ideia do quão difícil é esse jogo, para zera-lo ali por volta de 1992 ou 1993, foi preciso criar uma espécie de “força tarefa” de pessoas desatarefadas dispostas a ficar na frente do vídeo game por quase 8 horas (sim, 8 horas) torcendo para que não acabasse a energia pois qualquer pico de energia faria com que o vídeo game desligasse ou travasse e, com isso, teríamos que jogar tudo novamente DESDE O COMEÇO! Simples assim.
Talvez essa fosse a engrenagem dos gamers daquela época onde dizer que já zerou um jogo desse nível (e provar isso, claro) fazia você diferente dos demais e, melhor, fazia com que outras pessoas tentassem aquilo ali de forma assustadoramente competitiva.
Se fossemos transportar Kid Chameleon para os dias de hoje, lançado no Wii, Xbox ou PS3 teríamos um jogo com gráficos excepcionais porém qualquer um iria zera-lo com bastante facilidade, bastando para isso um pouco de paciência para ficar repetindo uma fase até conseguir passa-la, salvar o jogo e continuar jogando para que, se algo saísse errado durante a próxima fase, o prejuízo não fosse tão grande e você pudesse voltar ali de onde parou.
Podem me chamar de saudosista, nostálgico ou seja lá o que for, mas uma coisa eu digo: Vocês gamers de hoje em dia estariam todos chorando no cantinho da sala se pegassem um jogo de verdade para tentar zerar. Seus patos!